Pessoas que convivem com dependentes químicos podem desenvolver dependências emocionais a partir do convívio, o que se denomina codependência familiar.
A relação doentia entre um dependente químico e um codependente pode causar danos significativos. Sua conexão pode levar a sintomas do relacionamento de diferentes formas, dependendo do ambiente familiar.
A dependência química afeta não apenas o viciado, mas também sua família. A fim de apoiar sua saúde e bem-estar, as famílias dos viciados também precisam de apoio e tratamento para amenizar os prejuízos emocionais que vivenciam. Dessa maneira, as famílias precisam entender com o que estão lidando para saber como conduzir adequadamente a situação.
Codependência familiar: o que é?
A codependência refere-se a pessoas cujas vidas foram afetadas pela dependência química de outra pessoa. Dessa forma, os codependentes são pessoas afetadas pelas ações de outra pessoa, nesse caso, do dependente químico, eles muitas vezes tentam controlar o que eles fazem, sem nenhum êxito.
Por conta da luta constante contra o vício, os familiares acabam adoecendo ao longo do tempo, agravando a situação.
Isso ocorre porque muitas famílias quando afetadas por um problema de álcool ou outras drogas criam uma forte conexão emocional entre si, resultando em padrões doentios. Os membros da família que são codependentes muitas vezes assumem responsabilidade excessiva pelos problemas de seu ente querido dependente.
Os codependentes expressarão grande preocupação em relação às ações de seus dependentes. Eles normalmente são os pais ou cônjuges do viciado e têm contato regular com eles.
O cuidado de um viciado por um codependente os leva a negligenciar a si mesmos. Muitas vezes deixam de lado seus próprios planos e objetivos para cuidar da outra pessoa.
Essa codependência, não ocorre apenas com problemas com drogas ou álcool, mas, com qualquer padrão doentio de comportamento que evidencie um forte vínculo emocional ou psicológico.
Codependência emocional: o que é?
A codependência emocional difere da codependência familiar.
A segunda categoria inclui qualquer pessoa com uma conexão emocional com alguém em qualquer tipo de relacionamento. A primeira categoria refere-se aos familiares de dependentes químicos, influenciados por seus vícios.
Pessoas com dependência emocional vinculam suas vidas à outra pessoa em seu relacionamento. Isso significa que eles têm sentimentos intensos como medo e insegurança quando a pessoa pela qual existe a dependência emocional não está por perto.
Por exemplo, uma mulher pode ser emocionalmente dependente de seu parceiro porque ela não pode viver sua vida sem ele.
Os codependentes precisam de tratamento e cuidados adequados porque existe a possibilidade de sua condição não estar ligada a um problema físico. A codependência emocional tem consequências negativas para ambas as pessoas no relacionamento.
Isso ocorre porque em um relacionamento, a felicidade de uma pessoa depende de seu parceiro nunca deixá-la. Consequentemente, essa dependência faz com que às duas pessoas se tornem excessivamente dependentes uma da outra.
Fases da codependência familiar
O abuso de drogas em uma família compromete o contexto que envolve todos. Isso ocorre porque o usuário de drogas é um dos membros da família. Dessa maneira, os efeitos da dependência química impactam negativamente não apenas o dependente químico, mas também sua família e as interações entre eles.
O processo de codependência familiar inclui estágios de desenvolvimento semelhantes aos encontrados na dependência química. Esses estágios ocorrem quando os membros da família estão em contato direto uns com os outros. Sendo eles:
- Negação
O familiar usa a negação como mecanismo de defesa. Na primeira fase, negam a realidade de sua situação e o fato de seu ente querido estar envolvido com drogas. Como resultado da codependente ocorre a recusa, e o dependente emocional se recusa a reconhecer o problema que está vivenciando.
- Desespero
Os familiares tentam manter em segredo a situação do viciado em drogas na segunda etapa. Ficam muito estressados com a situação e tentam controlar os efeitos negativos da dependência química. Isso inclui consequências físicas, emocionais, profissionais e sociais relacionadas ao seu uso. Eles tentam esconder sua situação a todo custo.
Dessa forma, as famílias geralmente fingem que não têm problemas, apesar de enfrentarem dificuldades. Eles fazem isso para manter a ilusão de que tudo está bem.
- Controle
Os participantes da doença – como membros da família – apresentam um perigo significativo para si mesmos e uns para os outros, pois, ao se envolverem, negligenciam o cuidado com a doença. A família do viciado o apoia, tornando mais fácil para ele evitar assumir a responsabilidade por suas ações e pelas consequências que elas causam.
Participar da doença em vez de tratá-la coloca ambas as partes em grande perigo, pois, facilita que o quadro se agrave e as consequências ganhem maiores proporções.
- Esgotamento emocional
O estágio final do vício é marcado pelo esgotamento emocional. Além do viciado, os familiares podem apresentar ansiedade, depressão e outros problemas de saúde devido ao relacionamento com o viciado.
A codependência pode facilmente fazer com que os membros da família se separem. Isso ocorre frequentemente em famílias codependentes; provoca também uma desorganização da dinâmica familiar e da vida social.
Alguns membros de uma família podem sentir vergonha ou culpa por sua participação na codependência. Apesar das etapas semelhantes envolvidas, não há duas situações iguais e essas etapas nem sempre ocorrem na mesma ordem. Dessa maneira, atrasar a ajuda profissional apenas leva a consequências piores.
Desenvolvimento da codependência familiar
As dinâmicas familiares que levam à codependência aparecem na vida de uma pessoa desde cedo.
Uma família que lida com um membro que usa drogas, experimenta os mesmos efeitos que um viciado em seu ambiente familiar. As famílias são afetadas pela mudança, o que as torna um sistema dinâmico.
O evento faz com que os membros da família frequentemente entrem em conflito devido às suas relações desorganizadas. Dada a dependência química de um familiar, todos geralmente tentam controlar seu comportamento o mais rápido possível após a confirmação.
As pessoas acreditam que esse comportamento é apenas uma fase pela qual ele está passando, considerando algo passageiro, contudo, começam a ficar alerta sobre todos os movimentos que essa pessoa possa ter.
Embora esse comportamento seja natural, como o passar dos anos o quadro de cuidado tende a agravar, fortalecendo a codependência familiar, e conduzindo a todos ao adoecimento. Como maneira de evitar o agravamento da situação, muitas pessoas buscam ajuda profissional.
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