Ter dependência química nas famílias é um problema que atinge pessoas além dos usuários de drogas e levanta a questão se a dependência química é hereditário? entenda neste artigo
Tanto Cientistas, como médicos de todo o mundo realizaram muitos estudos para determinar a verdade e o mito da relação entre drogas e hereditariedade.
Confira neste artigo o que as principais pesquisas têm a dizer sobre o assunto e esclareça de uma vez por todas suas dúvidas sobre possíveis predisposições genéticas em sua família que possam estar ligadas ao uso de drogas. Confira!
O que são polimorfismos e seu efeito na dependência química?
Vou iniciar explicando de uma maneira científica e depois vamos às dúvidas mais comuns.
Primeiro, um polimorfismo é uma alteração na sequência de bases de um determinado gene que pode levar a diferenças na sua expressão e, assim, alterações na função das proteínas produzidas a partir dele.
São mudanças sutis na sequência de DNA que diferem entre os indivíduos por apenas uma letra do código genético.
A relação entre polimorfismo e dependência química é dada por variantes polimórficas encontradas em cinco receptores do sistema dopaminérgico, o sistema de recompensa do cérebro.
O sistema dopaminérgico é o mais estudado das vias envolvidas no sistema de recompensa do cérebro, com foco em variantes polimórficas em genes para seus cinco receptores (DRD1; DRD2; DRD3; DRD4 e DRD5).
Essas “deficiências” genéticas estão associadas a uma variedade de comportamentos impulsivos, incluindo abuso de substâncias.
Evidências científicas sugerem que mutações em certos receptores cerebrais predispõem os indivíduos à dependência química. Por exemplo, o receptor dopaminérgico D4 (DRD4) e uma enzima chamada COMT, quando deficiente, são fatores independentes nos níveis de consumo de drogas.
Existem genes de dependência específicos?
Parcialmente. Nenhum gene demonstrou identificar a dependência de maneira única e exclusiva, mas muitos estudos giraram em torno desse tópico e muitas hipóteses foram propostas.
Foi comprovado que a transmissão genética da dependência do álcool é influenciada pela personalidade e pelas respostas individuais aos efeitos das drogas. Ou seja, os genes provavelmente sofrerão uma transformação causada por outros fatores, o que é chamado de desenvolvimento epigenético.
O alcoolismo é uma doença genética?
Da mesma forma, parcialmente. O álcool é atualmente a droga com mais pesquisas abordando esses fatores. No entanto, de acordo com os resultados da pesquisa, 50% das chances de dependência do álcool são genéticas e 50% ambientais.
Em relação ao álcool, o estudo constatou um aumento de três a quatro vezes nos casos de alcoolismo entre parentes de primeiro grau de dependentes de substâncias.
Ainda falando sobre o álcool, a relação entre o consumo de substâncias e a genética vem sendo estudada desde o final da década de 1990, o que incentiva o tratamento de dependentes químicos para melhores resultados no futuro.
A dependência de cocaína, como a dependência de álcool, é genética?
Sim, se trata de um fato. Uma análise de camundongos por cientistas chineses mostrou que os descendentes de animais interessados no produto químico eram mais propensos a tomar a droga.
Em humanos, outros estudos associaram o uso de cocaína durante a gravidez a crianças com TDAH e dificuldades de aprendizagem. Quando consumido pelo pai, pode causar ansiedade, perda de memória e, além disso, déficit de atenção, que também é notado pela mãe quando usado.
O estudo teve como objetivo avaliar se a dependência química é hereditária, a fim de orientar melhor os possíveis tratamentos e medicamentos utilizados no processo.
Fumar maconha também tem efeitos genéticos?
Fato. Em um estudo publicado na revista Jama Psychiatry em 2016, foi demonstrado que os genes promovem a dependência de maconha e levam a um transtorno chamado transtorno depressivo maior (MDD). Além disso, os usuários de drogas são mais propensos a desenvolver esquizofrenia.
Existem diferenças entre os sexos na dependência de fatores genéticos?
Parte disso é porque o assunto está sendo pesquisado. Em estudo realizado na Universidade de Washington, foram avaliadas características associadas à transmissão familiar da dependência química. Na época, mais de mil usuários de drogas foram pesquisados.
Os resultados mostraram que, em média, 50 por cento dos filhos do sexo masculino e 25 por cento dos pais dependentes de álcool do sexo feminino eram viciados na mesma droga.
Além da genética, existem outros fatores que influenciam o uso de drogas?
Outro fato. A genética ainda é um tema amplamente discutido e estudado por estudiosos de todo o mundo. Muitas probabilidades e testes foram feitos para tornar os tratamentos de dependentes químicos mais eficazes.
A história familiar é um ponto de observação muito importante quando os temas de dependência química ganham espaço. Além de possíveis questões genéticas, a família também influência a questão de como as pessoas são criadas.
Além da perspectiva do ambiente de vida do indivíduo, a exposição na primeira infância é um fator muito relevante para causar dependência. Casos que são facilmente atendidos nas famílias brasileiras, como violência doméstica e desagregação familiar, podem levar ao uso de drogas.
Outro fator que não pode deixar de ser mencionado são os gatilhos causados por doenças mentais, como depressão e ansiedade.
Além das suposições sobre a hereditariedade, a vida familiar pode estimular a dependência química?
Fato! Ao estudar problemas de dependência química, o problema é adequado para fatores ambientais. A correlação entre a felicidade que as crianças e seus pais sentem quando usam drogas (como o álcool) pode ser absorvida e vista como algo normal.
Como você pode ver, a questão de saber se a dependência química é hereditária é um tema amplamente discutido entre muitos profissionais, médicos e cientistas. Esses direcionamentos nos levam a acreditar que existe uma relação entre genética e dependência de certas drogas.
No entanto, é importante pontuar que o ambiente familiar também afeta o uso de substâncias, portanto, relações saudáveis e harmoniosas entre os membros da família são essenciais.
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