Será que existem doenças causadas pelo uso da maconha? Este é o tema que abordaremos neste artigo, a fim de informar e conscientizar a todos sobre o assunto.
Dados da maconha no Brasil
Certamente, a maconha é uma droga psicoativa derivada da planta Cannabis sativa, trazida para o Brasil ainda na época colonial.
O seu uso é tipificado como crime, proibido no país, sendo punido com advertência, prestação de serviços à comunidade ou medidas educativas – sendo aplicado tanto para quem utiliza, quanto para quem planta para consumo próprio.
Dados informam que o mercado de drogas movimenta em torno de R$ 17 bilhões por ano no Brasil.
Da mesma forma, a venda da maconha, representa uma faixa de aproximadamente R$ 12 milhões, segundo fontes da Senad (Secretaria Nacional de Políticas sobre as Drogas), sendo considerada a “cereja do bolo” do narcotráfico brasileiro.
Conforme informações da ONU (Organização das Nações Unidas), o mundo tem hoje, um número que gira em torno de 181 milhões de usuários de cannabis.
Sendo que apenas no Brasil, esse número gira em torno de 1,5 milhão de pessoas, dentre adultos e adolescentes.
Além desses, em torno de 7% da população brasileira já experimentou a droga ao menos uma vez na vida, o que representa um número de 8 milhões de pessoas.
Se falarmos sobre o uso da maconha na adolescência, estudos do LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas) mostram que aproximadamente 600 mil adolescentes (4% da população) já teve algum contato com a droga ao menos uma vez na vida.
Sendo essa portanto a substância ilícita mais usada no país.
O Relatório Mundial sobre Drogas – 2020, mostra que houve um aumento de 30% no consumo de drogas ilícitas no mundo em um intervalo aproximadamente de 10 anos (2009 – 2018). Em 2018, 269 milhões de pessoas usaram drogas e mais de 35 milhões sofrem de transtornos associados ao uso de drogas.
A maconha não é uma droga inofensiva
A droga é consumida de várias maneiras.
Para alcançar o efeito alucinógeno, no entanto, é necessário que a erva seja aquecida, dessa forma, geralmente é fumada por meio de cigarros ou cachimbos, ingerida no formato de chás ou misturada nos alimentos.
Mas ao contrário do que muitos pensam, a maconha não é uma droga leve, que não possui efeitos permanentes no organismo, pelo contrário.
Ela pode ter efeitos devastadores, além das doenças causadas pelo uso da maconha, há também as consequências que o tráfico gera nas comunidades – mortes, roubos, assaltos, latrocínios etc.
O aumento do desemprego e da violência também é outro efeito produzido pelo abuso das substâncias químicas.
Muitos jovens utilizam maconha de forma “recreativa”, mas será que isso é possível? A resposta, é não. O uso indiscriminado dessa substância pode afetar de forma séria a saúde mental do usuário: surtos psicóticos, depressão e até mesmo suicídio são algumas das consequências geradas pelo abuso da droga.
Enquanto isso, a droga age na mesma região do cérebro que as demais drogas chamadas “pesadas’ agem.
Atuando diretamente no sistema nervoso central, atingindo os centros de prazer, promovendo o estímulo de um neurotransmissor chamado dopamina, que tem o poder de controlar os movimentos, a memória e a sensação de prazer.
Seu uso contínuo não é inofensivo. A ideia de relaxamento que a substância gera, esconde efeitos e doenças causadas pelo uso da maconha indesejados muito maiores e prejudiciais à saúde.
Em outras palavras, a sensação de prazer, a brisa, o barato, o riso fácil, vem acompanhado com perdas de memória, dificuldade de atenção e concentração, perda dos sentidos.
Além disso, afetação na tomada de decisão e no controle dos impulsos e comportamentos.
Efeitos da maconha no organismo
O abuso da maconha, como já falamos neste conteúdo, pode ter efeitos devastadores no organismo. Não é apenas a boca seca, os olhos vermelhos, a larica ou a falta de atenção. Seus efeitos vão muito mais além.
O abuso dessa substância possui alguns efeitos de curto e longo prazo que ser manifestam no organismo assim que a droga é inserida.
Os principais deles consistem em: olhos avermelhados, boca seca, aumento do apetite, sonolência e redução da atividade motora, diminuição da temperatura corporal e hipotermia, perda de interesse geral, dificuldades de concentração e memorização.
Inclui também aumento na frequência cardíaca, alterações de humor que vão desde o relaxamento profundo até a euforia, angústia e ansiedade; paranoia, alucinações e sentimento de perseguição.
Alguns desses efeitos podem ser sentidos somente logo após o consumo da droga e cessam rapidamente, enquanto outros podem persistir por horas e até dias.
O que determina a duração e intensidade de cada um desses efeitos é a quantidade e frequência com a droga é utilizada.
No entanto, existem outros problemas que podem ser desencadeados pelo abuso da substância e que pode ter consequências muitos mais graves para o usuário.
Como distúrbios comportamentais, síndrome da dependência, depressão, ansiedade, prejuízos cognitivos agudos, síndrome da hiperêmese canábica, quadros de esquizofrenia e outros problemas cognitivos dos quais falaremos com mais detalhes nos próximos tópicos.
Doenças causadas pelo uso da maconha
Acima de tudo, algumas das principais doenças causadas pelo uso da maconha, se caracterizam por serem doenças psiquiátricas, como a depressão, esquizofrenia e ansiedade.
Depressão – consiste em uma doença psiquiátrica crônica, que produz alterações de humor, fortemente caracterizada por uma tristeza profunda e intensa falta de esperança.
Pessoas que já possuem um quadro preexistente de depressão tem forte tendência a desenvolver a doença em seu estado mais grave.
Um dos efeitos da depressão é o isolamento social, que é um comportamento que condiz com o cenário de usuários de droga.
Uma vez que pesquisas apontam que os maiores consumidores desta droga são pessoas que sofrem com problemas pessoais e possuem dificuldade sociais.
Além disso, adolescentes que consomem a droga, tem muito mais chance de desenvolver esse transtorno do que aqueles que não a utilizam.
Doenças mais graves
Ansiedade – a ansiedade é um sentimento preconizado por uma sensação de pânico, acompanhado de aumentos dos batimentos cardíacos, podendo desenvolver uma disritmia, tremores e até falta de ar.
Portanto, a sensação de relaxamento que o uso da maconha propicia é anulado por essa terrível sensação de medo e angústia.
Que podem vir acompanhados de uma crise de ansiedade, além das já comentadas alucinações, paranoia e sensação de perseguição. Imagine tudo isso em um combo, logo após fazer uso da substância?
Esquizofrenia – é um transtorno psiquiátrico que afeta a forma como a pessoa pensa, age e reage diante de diversas situações.
Da mesma forma, se caracteriza pela apresentação de alucinações visuais e auditivas, além de provocar o isolamento no paciente.
O uso de drogas psicoativas durante a juventude e adolescência pode desencadear um quadro esquizofrênico se o usuário já possuir pré-disposição genética para a doença.
É uma doença que não tem cura e em alguns casos pode demandar a hospitalização. Pode apresentar variações de acordo com a forma que se manifesta, sendo: predomínio de delírios e alucinações (esquizofrenia paranoide); pensamentos e discursos desconexos (esquizofrenia hebefrênica); afastamento da realidade e das pessoas (esquizofrenia simples).
Outros efeitos e Doenças causadas pelo uso da maconha
O principal ativo da maconha é o canabinoide Tetrahidrocanabinol (THC) e a sua concentração é o que determina a potência da substância no organismo, sendo rapidamente absorvido pelos pulmões para a corrente sanguínea.
Esse canabinoide atua diretamente no sistema nervoso central, sendo responsável pelos efeitos psicoativos e neurotóxicos da droga.
Ainda sobre as doenças causadas pelo uso da maconha podemos citar; danos no pulmão, coração e vasos sanguíneos, além de interferir e gerar efeitos colaterais quando utilizado em simultaneidade com medicações.
Podendo ainda desencadear condições ou eventos cardiovasculares, como ataques cardíacos ou derrames.
Alterações no ritmo cardíaco, taquicardia e fibrilação atrial podem acontecer após o uso da substância, aumentando a necessidade de oxigênio do coração e ocasionando o aumento da pressão sanguínea devido ao desequilíbrio das paredes das artérias.
No entanto, ao contrário do que se pensa, a fumaça da cannabis contém muitas substâncias similares às do tabaco, dentre elas, uma quantidade de alcatrão que pode chegar a quatro vezes mais do que a quantidade existente no cigarro.
Considere que o cigarro comum é um dos grandes causadores de câncer de pulmão – fumar um cigarro de maconha equivale aos riscos de quem fuma 20 cigarros de tabaco.
Uma pessoa que traga um cigarro de maconha, também traga cinco vezes mais monóxido de carbono do que um cigarro de tabaco.
Impacto no Sistema Respiratório
- Bronquite Crônica e DPOC: A fumaça da maconha, assim como a do tabaco, contém substâncias irritantes e cancerígenas que podem inflamar as vias aéreas, levando à bronquite crônica e, em casos mais graves, à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que dificulta a respiração e reduz a qualidade de vida.
- Câncer de Pulmão: Embora mais estudos sejam necessários para estabelecer uma relação causal definitiva, evidências sugerem que o uso prolongado de maconha pode aumentar o risco de câncer de pulmão, especialmente em indivíduos que também fumam tabaco.
- Infecções Respiratórias: A maconha pode suprimir o sistema imunológico, tornando os usuários mais suscetíveis a infecções respiratórias, como pneumonia e bronquite aguda.
Efeitos no Sistema Cardiovascular
- Taquicardia e Hipertensão: O THC, principal componente psicoativo da maconha, pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, elevando o risco de doenças cardíacas, como arritmias, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), especialmente em pessoas com predisposição genética ou outros fatores de risco.
- Doença Arterial Coronariana: O uso crônico de maconha pode danificar as artérias coronárias, que fornecem sangue ao coração, aumentando o risco de angina (dor no peito) e infarto.
Conclusão
Além das doenças já faladas aqui, o usuário ainda pode desenvolver tuberculose, bronquite e câncer de pulmão.
Portanto, é necessário conscientizar a população dos riscos que essa droga traz para quem a consome.
Não é uma substância de recreação, de relaxamento, não é um passatempo. É uma droga que causa dependência e forneces riscos desmedidos para quem a utiliza.
Em conclusão, antes de pensar em realizar o consumo dessa substância, que seja do conhecimento de todos que existem doenças causadas pelo uso da maconha, que podem ser irreversíveis.
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